Era
uma vez, uma princesa muito bonita e simpática chamada Felisberta. Um dia,
estava ela sentada à janela do seu quarto, quando, de repente, bateram à porta:
¾ Truz! Truz!
¾ Quem é? – perguntou Felisberta.
¾ Sou eu, filha! ¾ respondeu a voz que
estava do outro lado da porta.
¾ Ah! És tu, pai! Que susto! ¾ exclamou a princesa.
¾ Desculpa! Não te queria assustar. Só
queria dizer-te que já está na hora do jantar. ¾ avisou o pai.
¾ Muito obrigada, papá! Vou já! ¾ acrescentou a
princesa.
Felisberta
passou o jantar em silêncio. Uma sombra de tristeza lia-se no seu rosto. Não
havia um único dia em que não se lembrasse dos seus verdadeiros pais e irmão.
Há
dez anos atrás, durante um ataque das forças inimigas, os pais de Felisberta
foram assassinados e o seu irmão mais velho, Filipe, nunca foi encontrado.
Procuraram-no durante dias, mas nada. Fora provavelmente raptado pelos soldados
inimigos. Felisberta só escapou porque a mãe ainda conseguiu escondê-la atrás
da porta falsa que havia no guarda-fatos do seu quarto. Como o Rei e a Rainha
não podiam ter filhos, decidiram adotar Felisberta.
Desde
esse momento, que o Rei e a Rainha amaram e cuidaram daquela menina como se
fosse sua filha de verdade, fazendo de tudo para que nunca faltasse alegria e
riso no palácio.
Observador,
o Rei não pôde deixar de reparar na tristeza da filha. Decidiu então organizar
um grande baile de máscaras, para o qual seriam convidados todos os nobres do
Reino.
No
dia do baile, o palácio estava cheio de cor, luz e cheiro. Fatos e vestidos de
todas as cores rodopiavam no salão ao som dos violinos e do piano. À medida que
chegavam, os convidados iam sendo anunciados: príncipes, princesas, duques e
duquesas…
¾ Eis que acaba de chegar o
Príncipe….Desajeitado?! ¾
exclamou o porteiro, pensando que se tinha enganado.
¾ Não, não se enganou! ¾ disse o príncipe para
descansar o desorientado porteiro. ¾ É o meu cognome. ¾ acrescentou no momento
em que escorregou na passadeira vermelha e rebolou pelas escadas abaixo.
¾ Acabámos de perceber o cognome do jovem! ¾ segredou o Rei para a
Rainha.
__
Acabaram os convidados reais. ¾ anunciou o porteiro.
¾ Está na hora da dança real! ¾ exclamou o rei.
O
príncipe Desajeitado convidou a princesa para dançar, sem saber quem ela era.
¾ A senhora dá-me a honra desta dança?
¾ Claro que sim! ¾ respondeu a princesa.
E
começaram a dançar ao som dos instrumentos de corda.
O
príncipe reparou que as mãos da princesa eram pequenas e muito macias.
Pareceram-lhe familiares.
¾ As suas mãos lembram-me as de alguém que
perdi há muito tempo. ¾
disse o príncipe, pensativo.
¾ A sério? ¾ perguntou a princesa. ¾ De quem?
¾ Da minha irmã. ¾ respondeu com tristeza.
Depois levantou o rosto e perguntou:
¾ A propósito, como se chama a senhora? ¾ perguntou.
¾ Felisberta! ¾ disse a princesa.
Quando
ouviu este nome, o príncipe até mudou de cor, ficando a olhar para a jovem
princesa por longos momentos.
¾ E o senhor? Qual é o seu nome? ¾ perguntou a princesa.
¾ Desajeitado, como foi anunciado. ¾ respondeu.
¾ Refiro-me ao seu nome verdadeiro! ¾ acrescentou, curiosa.
Sem
saber o que dizer, o jovem príncipe acabou por responder:
¾ Ah, o meu nome verdadeiro é Filipe…
¾ O seu nome faz-me lembrar o de alguém,
alguém muito querido que perdi há 10 anos atrás… ¾ disse Felisberta, enquanto as lágrimas
escorriam pelo seu rosto.
¾ Também o seu nome lembra-me o de alguém
que perdi exatamente na mesma altura… ¾ respondeu Filipe, afastando a máscara que
lhe escondia a cara.
Os
anos tinham passado, mas os traços ainda eram os mesmos. Felisberta teve a
certeza de que era o irmão quem estava à sua frente.
¾ Filipe, meu irmão! Tu estás vivo! Tu
estás vivo! ¾ exclamou a princesa,
abraçando o irmão com toda a força.
¾ Felisberta… eu nunca deixei de te
procurar durante todos estes anos! ¾ disse Filipe emocionado. A sua busca
tinha terminado. Agora estava finalmente em casa.
Felisberta
agarrou o irmão pela mão e conduziu-o até aos reis, para que lhes contasse a
sua história e os ficasse a conhecer. Embora já fosse adulto, os reis
decretaram que a partir daquele dia passaria a ser como um filho para eles.
A
partir desse dia, os reis nunca mais viram a sua filha triste. Pelo contrário,
passou a ser uma princesa alegre e feliz.
E
todos viveram felizes para sempre!!!
FIM
Débora Paiva